Felipão: "Eu tenho uma grande coisa na minha mão, uma carta na manga."

Depois de muita polêmica desde a última semana por conta de sérios desentendimentos com os jornalistas, o técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, rompeu o silêncio nesta segunda-feira. O treinador finalmente voltou a conceder entrevista coletiva na Academia de Futebol do clube e ainda demonstrou certa beligerância com os repórteres. O tom passou longe de ser ameno. “A minha participação foi com o presidente de vocês (da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). As pessoas representativas da entidade, que me solicitaram que não tomasse nenhuma atitude com coisas que tenho em mãos, para que não haja nenhuma retaliação. Eu tenho uma grande coisa na minha mão, uma carta na manga”, disparou o treinador pentacampeão mundial em 2002 com a seleção brasileira, sem dizer abertamente a que trunfo se referia. A rixa entre Felipão e a imprensa começou após o empate por 1 a 1 com o Atlético-MG, na última quarta-feira, em Sete Lagoas (MG), pela Copa Sul-Americana. Nos vestiários, o técnico do Palmeiras disse que os jornalistas estavam “de palhaçada” ao ter de responder novamente sobre o estado físico do meio campista chileno Valdivia. No sábado, na vitória por 3 a 2 sobre o Goiás, os repórteres recepcionaram a delegação alviverde usando narizes de palhaço. Após o jogo, Felipão não deu entrevista coletiva. Segundo deu a entender nesta segunda-feira, Felipão ficou irritado com especulações a respeito de seu salário no Palmeiras – cerca de R$ 700 mil mensais. “Estou sempre exposto quando vocês mencionam (o salário) todos os dias. Tenho cópias das entrevistas, fitas, pois quando fazem isso deliberadamente, acabo ficando exposto. Só quero dizer uma coisa: calma”, desabafou. “Estou sendo muito mais (exposto), minha família muito mais, e não vi ninguém me defender nesse aspecto. Por isso, espero nunca ter uma dificuldade, porque se tiver, também saberei reagir. Vamos todos pôr os pés no chão, pois tenho trunfos que posso usufruir. Cada um vai procurar os seus interesses, e os meus estão lá, em fitas e gravações”, continuou o técnico. Ao contrário do que alguns esperavam, Scolari não usou a entrevista coletiva para fazer um “mea-culpa” e não pediu desculpas aos jornalistas. “Por que eu tenho de pedir desculpas e vocês não?”, perguntou. “Se não puder expressar o que penso, vocês não poderão falar nada sobre democracia.”
* Fonte: ESPN Brasil.