O Coritiba foi um dos primeiros clubes a se afastar do Clube dos 13. Ontem, em entrevista à Rádio banda B, o vice-presidente coxa-branca Vilson Ribeiro de Andrade explicou por quê. O grande problema foi a licitação da transmissão do Campeonato Brasileiro — feita, segundo ele, sem conhecimento pleno dos clubes. A avaliação do dirigente é que a licitação valorizava apenas critérios financeiros e, por isso, prejudicaria clubes fora do eixo Rio-São Paulo. “Dentro das condições que foram feitas, o Paraná vai ser prejudicado. Se tivermos (o Coritiba) um jogo em Curitiba, não será transmitido o do Atlético fora”, declarou ele, explicando que, em caso de um dos times de Curitiba atuar em casa, a partida do outro não será transmitida em TV aberta para o resto do Estado. “Como estamos em processo de interiorização, vamos matar esse torcedor. Não vamos trazer esse torcedor jogando jogos de outras equipes dentro do nosso estado”. Segundo Andrade, o raciocínio se aplica não apenas ao Coritiba, mas também para o Atlético — e até para o Paraná Clube, que hoje está na Série B nacional. “Acredito que ele (Marcos Malucelli, presidente do Atlético) tem o mesmo pensamento. O objetivo é fazer crescer a torcida no Interior. Assim, ele deve querer que sejam transmitidos para o Interior”, afirmou o coxa-branca. Para o homem-forte do Coritiba, um contrato bem feito pode ser o primeiro passo para o trio-de-ferro ganhar torcida no Interior do Paraná — pesquisas mostram que hoje não é assim. “Tem que fortalecer o futebol paranaense. Coritiba e Atlético têm torcidas apenas na Região Metropolitana de Curitiba. Vai, no máximo, até Ponta Grossa. O Norte do Paraná é só São Paulo (clubes paulistas), e na região de Cascavel é tudo Grêmio ou Inter”, lamentou. “Nossa obrigação é aumentar a fidelização do jovem torcedor, que ainda não tem preferência de clube, e conseguiremos isso através de times competitivos e exposição na mídia”. O problema é que os integrantes do Clube dos 13 estão dissonantes sobre o assunto (ver ao lado). Metade dos 20 — Coritiba entre eles — se afastou da associação. Alguns defendem a união para negociar com as TVs, outros preferem negociar separadamente. Isso, em tese, abriria a possibilidade de alguns lidarem apenas com uma determinada emissora, outros com outra. "Acho que devemos ter um acordo entre os clubes para se achar uma solução", disse ele, que, por enquanto, nega qualquer trato com as emissoras postulantes. “Não tem posição nem a favor de A, nem de B. Mas aquela que atender aos interesses do Coritiba é com que o Coritiba vai tratar”, afirmou. Andrade ainda aproveitou para desfazer uma saia-justa criada com a TV Record, por conta de algumas opiniões em relação à emissora. “Minha preocupação é com relação à audiência. Se o futebol não processa (audiência), a Record poderia substituir o futebol por outros programas. Esse foi o sentido que quis dizer”, falou, alegando que algumas declarações anteriores teriam sido tiradas de contexto. “Colocaram um contexto para a declaração para criar uma situação da qual jamais tive intenção”.
*Fonte: Bem Paraná

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